sábado, 14 de junho de 2008

No escuro da noite


Lá fora a noite está escura, caiu pesada sob a cidade. Entre quatro paredes estou eu… Calada e quieta.

O silêncio, que aos poucos vai amadurecendo, começa a trazer-me recordações, boas e más recordações.

Olho agora para a minha frente, em cima da mesa está uma folha ainda em branco, à espera de ser preenchida com sorrisos, com lágrimas, com vidas!

Fecho os olhos.
Paro no tempo e as palavras começam a surgir na minha cabeça, frases começam a construir-se. Deixo a mão pegar na caneta já roída pelos nervos. As palavras começam a desenhar-se por si só sem esforço algum.

Paro para respirar.
Paro para sentir a liberdade.
Paro para te sentir, para te olhar ainda que de olhos bem fechados.

Relembro as palavras trocadas em dias menos felizes e cai uma lágrima, sinto-me e tenho saudade dos nossos sorrisos. Repentinamente, também esses sorrisos me vêm à memória… Contagiada por esses momentos sorrio, ali sozinha no escuro, onde ninguém me pode ver, onde ninguém ousa perturbar-me e onde nem tu imaginas como me sinto quando ali estou.

Tenho os lábios secos, sinto falta do longo e arrepiante beijo que damos de olhos fechados… Beija-me!

Afogada em pensamentos começo a sentir o cansaço, pesa tanto!

Abro os olhos a todo o custo e vejo-te, desenhado nas palavras que a minha mão, involuntariamente, escreveu.

Pouso a caneta.

Deito-me e volto a fechar os olhos, ali estás tu outra vez… Fica comigo!
Amanhã quero acordar e sorrir à vida, amanhã quero acordar e sentir que continuamos a ser felizes…

Boa noite…!


P.S. "Honey honey feel this sweet sensation...I don't want the world I want you..." - Love Foolosophy - Jamiroquai

2 comentários:

Ines disse...

A D O R E I !

Ana Catuna disse...

«Quem passou a vida em brancas nuvens
E em plácido repouso adormeceu,
Quem não sentiu o frio da desgraça,
Quem passou pela vida e não sofreu
Foi espectro de homem, não foi homem,
Só passou pela vida, não viveu.»
- Francisco Octaviano -

Continua a acordar e a sorrir à vida *